Psicóloga / Psicanalista Flavia Bonfim - Atendimento - Cursos - Eventos - Textos
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sábado, 14 de dezembro de 2013


Desejo aos visitantes do blog um natal maravilhoso e 
o melhor ano novo que cada um possa construir para si.

Boas festas!!!!





terça-feira, 29 de outubro de 2013

Biografia: Vida e Ensino de Lacan

  • 1901: Em 13 de abril, nasce em Paris, Jacques-Marie Émile Lacan.
  • 1919: Inicia a faculdade de medicina e paralelamente estuda literatura e filosofia, aproximando-se dos surrealistas.
  • 1928: Trabalha como interno da  Enfermaria Especial para alienados da Chefatura de Polícia (para onde eram levados os loucos considerados “perigosos”) situada no setor de Psiquiatria no Hospital Sainte-Anne. Ali, conhece o psiquiatra Clérambault, considerado por Lacan seu único mestre na psiquiatria.
  • 1931:  Inicio da residência em Psiquiatria no Hospital Sainte-Anne  e começo do tratamento de Aimée –  caso que o levaria a estudar mais a paranóia e que fez parte de sua tese de doutorado. Aimée, cujo nome verdadeiro era Marguerite Pantaine, tentou assassinar a atriz Huguette Duflos na porta do teatro em 1931, tendo parecer de “delírio sistemático de perseguição à base de interpretação com tendências megalomaníacas e substrato erotomaníaco”.
  • 1932: Inicia sua análise com Rudolf  Loewenstein. Defende a sua tese de doutorado, Da psicose paranóica em suas relações com a personalidade.
  • 1934: Casamento com Marie-Louise Blondin, tendo três filhos. Caroline (1937), Thibault (1939) e Sybille (1940).
  • 1936: Inicio de sua clínica particular. Seu primeiro trabalho a ser apresentado num congresso da Associação Internacional de Psicanálise (IPA), no qual trazia a discussão sobre o estádio do espelho, é interrompida no meio por Ernest Jones, discípulo e biógrafo de Freud. Esse congresso tinha como pano de fundo uma verdadeira batalha que se iniciava entre Anna Freud, Melaine Klein e seus respectivos seguidores e talvez devido ao clima de tensão instaurado, Lacan tenha sido interrompido, fato este que o marcou profundamente.
  • 1938: Começa a ter relações com Sylvia Bataille, ex-mulher do escritor e filósofo Georges Bataille. Torna-se membro da Sociedade Psicanalítica de Paris (SPP). Lacan desenvolveu seu trabalho teórico fora do meio psicanalítico, embora participasse de alguns debates na SPP.
  • 1941: Separa-se de Marie-Louise. Nasce Judith Sophie, filha de Lacan com Sylvia. Muda-se para a Rue de Lille, n° 5, onde passa a morar e praticar a psicanálise até sua morte.
  • 1950:  Começo do projeto de “Retorno a Freud”, baseado na crítica que os conceitos freudianos haviam sido perdidos ou distorcidos pelos pós-freudianos. Dá início aos seus Seminários, realizados semanalmente, sendo freqüentado por filósofos, psicanalistas e escritores.
  • 1951: A falta de rigidez na duração dos atendimentos por meio de sua técnica de sessões curtas gera controvérsias na SPP. As regras estabelecidas pela IPA determinavam análises de pelo menos quatro anos de duração, com quatro ou cinco sessões semanais de pelo menos cinqüenta minutos. Todos os analistas didatas da SFP deveriam seguir  as regras- padrão relativas à formação.
  • 1953: Divergências com a SPP. O conflito incidia sobre a questão da formação dos analistas e denunciava como o autoritarismo médico atrelado a um modelo universitário de formação estava incidindo sobre a psicanálise. /  Realiza conferências importantíssimas como "O mito individual do neurótico" (em que utiliza pela primeira vez a expressão Nome do Pai), "O real, o simbólico e o imaginário" (que coloca seu ensino sob o signo do "retorno a Freud") e "Função e campo da palavra e da linguagem em psicanálise" (ficando conhecida como “Discurso de Roma”). / Deixa a SPP junto com Daniel Lagache, Françoise Dolto e outros 40 analistas. Funda a Sociedade Francesa de Psicanálise (SFP). Ao desligarem-se da SPP esses analistas deixaram de ser membros da IPA. A situação ficou bastante delicada, pois, se pretendiam se distanciar de uma tradicional instituição psicanalítica francesa, mas ao mesmo tempo não pretendiam romper com a legitimidade freudiana. Assim, rapidamente começou uma negociação para sua reintegração a IPA. /  Realiza o seminário Os escritos técnicos de Freud, primeiro a ser registrado por estenotipista, possibilitando posterior publicação.
  • 1963: Segunda divisão no movimento psicanalítico da França: Lacan e Dolto são impedidos de exercer suas funções de analistas didatas pela IPA. Lacan chama essa proibição de excomunhão. Nesse momento, Lacan estava realizando o seminário intitulado “Os nomes-do-Pai”.
  • 1964: Lacan funda a Escola Freudiana de Paris (EFP) com antigos alunos como Françoise Dolto, Maud e Octave Mannoni, Serge Leclaire, Moustapha Safouan e François Perrier. A partir de sua excomunhão, Lacan interrompe seu ensino sobre “Os nomes-do-Pai” passa a falar sobre “Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise” (Seminário 11). O jovem Jacques Alain-Miller começa a frequentar os seminários. Lacan fica entusiasmado e aprova a forma com a qual ele transcreve suas aulas e Miller é escolhido para passá-las para formato de livros. O Seminário 11 foi o primeiro a ser publicado.
  • 1966: Publicação de Escritos e criação da coleção Campo Freudiano, dirigida por Lacan. Casamento de sua filha Judith com Miller.
  • 1967: Propõe a criação do "passe", dispositivo que visava substituir da análise didática como parametro para formação do analista.
  • 1968: Lançamento da revista Scilicet, do Campo Freudiano.
  • 1973: Publicação da transcrição do Seminário XI, Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, realizado em 1964. A partir daí, os seminários passam a ser editados segundo esse procedimento.
  • 1975: Lançamento de Ornicar? ( Boletim do Campo Freudiano)
  • 1980: Anuncia a dissolução da EFP. Lacan Redige seu testamento, escolhendo Judith como herdeira universal e nomeado Miller o responsável legal por sua obra publicada e inédita.
  • 1981: Morre em Paris no dia 09 de setembro aos 80 anos.


sábado, 19 de outubro de 2013

Sobre o curso "Introdução ao ensino de Lacan"



Nos dias 05 e 19 de outubro de 2013, o consultório se transformou para a realização de duas turmas do curso "Introdução ao ensino de Lacan."
É interessante constatar o quanto se aprende e se avança no manejo dos conceitos quando se busca transmitir a psicanálise. Cada questionamento dos participantes contribuiu ainda mais para que o encontro fosse único e frutífero, ampliando a discussão. Muito bom presenciar o entusiamo com o ensino de Lacan!!!

Ano que vem tem mais cursos. Até lá!!!!!


ANTES: 

DEPOIS:

terça-feira, 15 de outubro de 2013

PROGRAMAÇÃO DAS JORNADAS CLÍNICAS DA EBP-RIO E DO ICP-RJ

PROGRAMAÇÃO
SEXTA, 25 DE OUTUBRO DE 20138:00h - Credenciamentos
9:00h às 12:00h – Cursos do ICP
              O corpo na inibição e na angústia              Ângela Bernardes e Elisa Monteiro
              O corpo do sintoma              Lêda Guimarães e Ruth Cohen
              O corpo no luto, na depressão e na melancolia              Márcia Mello e Sandra Viola
              O corpo na hipocondria, na esquizofrenia e na paranoia              Ana Tereza de Faria Groissman e Doris Diogo
12:00h às 13:00h – Almoço
13:00h às 13:30h – Mesa de Abertura
              Adriano Aguiar
              Márcia Zucchi
              Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros
              Maria Silvia G. F. Hanna
13:30h às 14:45h – Plenária – O real no século XXI e a violência nos corpos              Ondina Machado
              Romildo do Rêgo Barros
              Stella Jimenez
              Coordenação: Paula Borsoi
15:00h às 16:15h – Plenária – A psicanálise e os corpos medicalizados              Adriano Aguiar
              Iordan Gurgel
              Jorge Forbes
              Coordenação: Fernando Coutinho
16:15h às 17:00h – Coffee Break
17:00 às 18:15h – Conversação dos Núcleos de Pesquisa I
              Núcleo de Topologia              Angélica Bastos
              Núcleo de Psicanálise e Direito              Maricia Ciscato
              Núcleo “A lógica Contemporânea, Psicanálise e Cultura”              Márcia Mello
              Unidade de Pesquisa “Práticas da Letra”              Ana Lucia Lutterbach Holck
              Debatedora: Heloisa Caldas
18:30h às 20:00h - Os filhos da ciência (parte I) – SEMINÁRIO DE FRANÇOIS ANSERMET
              Coordenação: Maria Silvia Hanna
              Tradução: Vera Lopes Besset
20:00h às 21:00h – Lançamentos de livros e coquetel
SÁBADO, 26 DE OUTUBRO DE 20139:00h às 12:00h – Mesas Simultâneas
12:00h às 13:30h – Almoço
13:00h às 14:00h - Panorama das Mesas Simultâneas
14:00h às 15:15h - Conversação dos Núcleos de Pesquisa II
              Núcleo de Psicanálise e Medicina              Ronaldo Fabião
              Núcleo de Psicose e Saúde Mental              Vicente Gaglianone
              Núcleo de Toxicomanias              Viviane Tinoco
              Núcleo “A Criança e o Discurso Analítico (Curumim)”              Maria Inês Lamy
              Debatedora: Cristina Duba
15:30h às 16:30h – Plenária – O corpo nas artes              Elza Freitas e Fátima Pinheiro entrevistam
              ANGEL VIANNA
              Bailarina, coreógrafa e pesquisadora do movimento
16:30 às 17:00 - Coffee Break
17:00h às 18:15 – Testemunho do Passe
              Marcus André Vieira
              Comentador: François Ansermet
              Coordenação: Carlos Augusto Nicéas
18:30h às 20:00hOs filhos da ciência (final) – SEMINÁRIO DE FRANÇOIS ANSERMET
              Coordenação: Maria do Rosario Collier do Rêgo Barros
              Tradução: Vera Avellar Ribeiro
20:00 às 20.30h Encerramento
20:30h – FESTA DE CONFRATERNIZAÇÂO

PROGRAMAÇÃO DAS MESAS SIMULTÂNEASSÁBADO, 26 DE OUTUBRO DE 2013SALA 1: NO CORPO-DOENÇAS9h00 às 10h00              Itana Nogueira Maerz: Uma tentativa de tratar a angústia: O comer
           
              Mingnon Pereira Lins: Um estranho que habita o corpoCoordenador/debatedor: Ana Martha Wilson Maia
10h00 às 11h00:              Luiz Gonzaga Sanseverino Junior: A causa do desejo do analista e o corpo
           
              Mariana Mollica: Uma doença autoimune e a leitura de um sintomaCoordenador/debatedor: Isabel Lins
11h00 às 12h00:              Ângela Batista: Minhas doenças
           
              Flavia Bonfim: Fenômeno psicossomático: quando o corpo responde
           
              Maria Lídia Alencar: O corpo como parceiroCoordenador/debatedor: Andréa Reis Santos
Relator de sala: Vânia Gomes
SALA 2: DROGA E ATO9h00 às 10h00:              Andréa Eulálio de Paula Ferreira: Falar com a droga
             
              Paula Issberner Legey: O pico, o oco, o espaço: a função de um pai na delimitação de um corpo
Coordenador/debatedor: Sandra Berardinelli
10h00 às 11h00:              Cláudia Henschel de Lima: Recurso à droga e desinserção subjetiva na perspectiva do nó entre amor e função paterna
           
              Flávia Cera: Da incorporação à encorporaçãoCoordenador/debatedor: Manoel Motta
11h00 às 12h00:              Adylson de Albuquerque Ennes: Silêncio, o corpo fala
           
              Ana Beatriz Zimmermann Guimarães: Do silêncio dos cortes ao endereçamento: a entrada na cena do Outro
           
              Glaucia Helena Barbosa: A violência do gozo
Coordenador/debatedor: Mirta Zbrum
Relator de sala: Rodrigo Abecassis
SALA 3: MULHER, EMPUXO E AUTISMO9h00 às 10h00:              Fábio Malcher: Gozo na psicose e gozo feminino: articulações a partir de um caso de empuxo à mulher
           
              Felipe Pinheiro: O corpo na psicose no último ensino de Lacan
              Coordenador/debatedor: Mônica Rolo10h00 às 11h00:              Andrea Vilanova: Nasci no corpo errado
           
              Francisca Menta Soares: O x da questãoCoordenador/debatedor: Jeanne Marie Costa Ribeiro
11h00 às 12h00:              Astréa da Gama e Silva: Um contribuição para discussão do ‘caso’ Marilyn Monroe
           
              Lenita Bentes: Existirmos: a que será que se destina?
           
              Maria Cristina Bion Cardoso: O belo e o horror em relação ao corpo feminino
              Coordenador/debatedor: Vanda Assumpção Almeida
Relator de sala: Patrícia Paterson
SALA 4: CRIANÇAS E PSICANÁLISE HOJE9h00 às 10h00:              Flávia Brasil: O menino inteligente e o não saber
           
              Rosa Guedes Lopes: Quase sem querer…Coordenador/debatedor: Sarita Gelbert
10h00 às 11h00:              Cleide Maschietto: O real nos emaranhados do verdadeiro e numa criança
           
              Marcia Muller Garcez: Um corpo enlaçadoCoordenador/debatedor: Ana Lúcia Garcia
11h00 às 12h00:              Deborah Uhr: A psicanálise e o reducionismo biológico em psiquiatria
             
              Rodrigo Lyra Carvalho: Qual a certeza do psicanalista?
           
              Vicente Machado Gaglianone: O cartel e o corpo da EscolaCoordenador/debatedor: Paulo Vidal
Relator de sala: Ana Cristina Moreira

Curso Fundamental de Psicanálise do ICP-RJ

Comunicado

O Instituto de Clínica Psicanalítica do Rio de Janeiro tem o prazer de comunicar a abertura de uma nova turma do Curso Fundamental em março de 2014. Convidamos a se inscrever aqueles que, confrontados com problemas e questões em seu trabalho clínico e teórico, buscam, nos conceitos elaborados na experiência psicanalítica, bússolas e ferramentas para orientar sua prática. A leitura de textos fundamentais de Freud e Lacan, orientada pelo trabalho de Jacques-Alain Miller em seus cursos de Orientação Lacaniana, será acompanhada da discussão de casos freudianos clássicos e também de casos clínicos publicados ao longo da história da psicanálise, que foram capazes de transmitir os resultados, os impasses e os avanços de sua experiência.

O curso tem uma duração de três anos e se compõe das seguintes atividades:

-Cursos sobre os textos fundamentais – um de Freud e outro de Lacan a cada semestre

-Cursos suplementares – dois cursos a serem escolhidos pelo aluno a cada semestre, dentre os oferecidos pela comissão de ensino.

-Núcleos de pesquisa – participação em ao menos um núcleo de pesquisa do ICP por semestre.

-Política da psicanálise

Inscrições para o processo de seleção:

Devem ser realizadas na secretária do ICP (secretária Rosane), anexando uma carta de apresentação e o curriculum vitae.

O inscrito na seleção será entrevistado por um membro do Conselho do ICP.

O período de inscrição: 7 a 31 de outubro de 2013.

Valor mensalidade: R$280,00

O resultado do processo será comunicado até o dia 10 de dezembro.
Informações:

Rua Capistrano de Abreu 14 Humaitá. Telefone 22867993. icprio@icprio.com.br

sábado, 5 de outubro de 2013

CURSO: INTRODUÇÃO AO ENSINO DE LACAN (Nova turma)




DATA: 19/10/2013 
Sábado - 8:30 às 12:30 h


CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Vida e ensino de Lacan / O Eu e a dimensão imaginária / O Significante e o simbólico / O sexual, o gozo e o real / Primeira e segunda clínica de Lacan.

Investimento: R$ 60,00
A inscrição é realizada mediante depósito antecipado.
Material e certificado incluso

Local: Rua Dr. Borman, 23 – sala 505 – Centro – Niterói/RJ

Inscrições e informações:
(21) 8212-6662 / 2613-3947
flaviabonfimpsi@yahoo.com.br

Coordenação: Flavia Bonfim
Psicologia (UFF). Mestrado em Pesquisa e Clínica em Psicanalise (UERJ). Especialização em Psicanálise e Laço Social (UFF). Docente da Pós-Graduação “Psicanálise e Saúde Mental” (Unilasalle). Supervisora do setor de Psicologia Geral da Associação Fluminense de Reabilitação. Psicóloga Clínica. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

CARTA ABERTA AO FANTÁSTICO E AO DR. DRÁUZIO VARELLA SOBRE A SÉRIE “AUTISMO: UNIVERSO PARTICULAR”


Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública
Carta aberta ao Fantástico e ao Dr. Dráuzio Varella sobre a série Autismo: Universo Particular
Nós, integrantes do Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública (MPASP), que reúne profissionais (psiquiatras, psicólogos,  pediatras, neurologistas, psicanalistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, acompanhantes terapêuticos, psicopedagogos) que trabalham no campo da saúde mental inseridos em diversas instituições clínicas e acadêmicas disseminadas pelo Brasil, na rede pública e privada, assistimos a série “Autismo: Universo Particular”, apresentada pelo dr. Dráuzio Varella no Fantástico, e vimos, por meio desta, apontar o que consideramos como  faltas éticas e desconhecimentos científicos cometidos pelo programa.
Buscamos assim contribuir para com o esclarecimento à população, favorecendo que  programas jornalísticos e de divulgação científica possam trazer informações sérias e efetivas sobre o autismo e seu tratamento, uma vez que se trata de um tema da maior relevância para a saúde pública atual.
Seguem alguns pontos a destacar:
  1. Da forma como foi conduzida, a série praticamente posiciona-se contra o SUS; ao dizer que “nada funciona”, resulta em difamação e em uma demonstração de total desconhecimento das inúmeras experiências de sucesso no tratamento de pessoas com autismo nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros órgãos da rede pública de saúde e  nas instituições a ele conveniadas  que têm produzido relevantes  trabalhos nas terapias de autismo  no Brasil.
Isso acontece em um momento crucial para o tratamento das pessoas com autismo e seus familiares, já que estão sendo definidas políticas públicas fundamentais destinadas a nortear o tratamento e o diagnóstico nos equipamentos do SUS (como as lançadas no documento Linha de Cuidado para a Atenção das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde/SUS – Ministério da Saúde, abril, 2013),
  1. A série apresentou uma visão reducionista do autismo, especialmente quanto ao seu diagnóstico e tratamento, ignorando as  contribuições clínicas existentes, entre elas, as advindas da concepção psicanalítica em equipe interdisciplinar desenvolvidas há mais de  70 anos.
  1. A série  demonstrou desconhecimento acerca  dos relevantes efeitos clínicos da detecção e intervenção precoce ao apresentar o autismo como “incurável”. Os progressos científicos produzidos interdisciplinarmente no campo da primeira infância no diálogo entre psicanálise e neurociência têm revelado que  os primeiros meses de vida se caracterizam por uma extrema plasticidade neuronal, configurando possibilidades de recuperação orgânica. Os progressos científicos demonstram também que não nascemos com nosso organismo pronto, já que tanto a formação da interconexão neuronal quanto a manifestação de nossa carga genética dependem de fatores ambientais (epigenéticos), entre eles a relação com as outras pessoas  como fator fundamental para os humanos.
  2. A série é questionável no que se refere à exposição das crianças. Para um autista, esse nível de invasão recrudesce sua posição de exclusão, e nada justifica tal atitude.
É lamentável que um programa tão assistido e com um tema que exige tanto esclarecimento público não tenha sido capaz de apresentar  os aspectos básicos para a  abordagem de um problema de saúde premente e complexo como o autismo. Ao privar o telespectador de informações valiosas e necessárias – e conduzi-lo a uma visão comprometida e empobrecedora –, o programa produz ainda mais sofrimento nas famílias.
Sobre o diagnóstico precoce
A importância do diagnóstico precoce foi colocada de maneira distorcida pelo programa. Não há dúvidas em relação à diferença que o diagnóstico precoce pode produzir no tratamento, favorecendo-o, e toda a comunidade científica está de acordo em relação a isso. Mas considerar, como foi feito no programa, que nos Estados Unidos o estado da arte está mais evoluído porque o diagnóstico de autismo é realizado antes dos três anos é um desserviço. Documento produzido pelo Ministério da Saúde em abril deste ano – Linha de Cuidado para a Atenção das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde/SUS – e que segue recomendação da Organização Mundial de Saúde, afirma (pág. 50): “Por apresentarem mais sensibilidade do que especificidade é oficialmente indicado que o diagnóstico definitivo de Transtorno do Espectro Autista (TEA) seja fechado a partir dos três anos, o que não desfaz o interesse da avaliação e da intervenção o mais precoce possível, para minimizar o comprometimento global da criança (Bursztejn et al, 2007, 2009; Shanti, 2008, Braten, 1988, Lotter, 1996)”. Antes dessa idade não se deve fechar o diagnóstico, pois ainda se trata de um bebê em pleno processo de constituição.
Na página 54, o mesmo documento  afirma: “Embora os primeiros sinais de Transtornos do Espectro do Autismo se manifestem antes dos três anos, é a partir dessa idade que um diagnóstico seguro e preciso pode ser feito, pois os riscos de uma identificação equivocada (o chamado falso-positivo) são menores.” Até lá, trabalha-se com critérios cientificamente comprovados (por pesquisas referendadas e validadas no circuito acadêmico) de Risco Psíquico para o Desenvolvimento e Sofrimento.
Promover e propagandear em um programa televisivo de cunho jornalístico o diagnóstico fechado de uma patologia antes do tempo recomendado pode ter o efeito de que se deixe de investir em uma possibilidade de mudança. Essa é uma postura irresponsável por produzir efeitos iatrogênicos, para bebês e crianças que ainda estão em pleno processo de constituição e que, portanto, não têm um destino definido, levando ao risco de produzir uma epidemia de autismo
Trabalho clínico  interdisciplinar de referencial psicanalítico
Outro aspecto que ficou muito aquém do desejável foi a necessidade de uma discussão interdisciplinar dos casos e a consideração da multiplicidade de fatores correlacionados ao autismo que não se limitam a aspectos  orgânicos (de genética, lesões ou deficiências), levando o telespectador  a uma visão reducionista  dando a entender  que no autismo haveria uma única causa em jogo e uma única forma de tratamento:  a terapia comportamental, como caminho autossuficiente.
Para tratar de crianças e adultos com autismo, não basta descrever que observam o mundo de forma fragmentada; é preciso dizer como é possível ajudá-los a encontrar saídas para esse estado. Tentar “ensinar” sentimentos, como observamos na série, também não resolve. É preciso ajudar o paciente a fazer uso das palavras a fim de representar seus afetos para poder  compartilhá-los com as  outras pessoas.
O trabalho clínico interdisciplinar de referencial psicanalítico abre inúmeras possibilidades para que cada pessoa com autismo possa construir laços sociais, partilhar a celebração de viver e contribuir para a sociedade. Também permite que os pais, muitas vezes desalentados pelo isolamento de seus filhos, possam ampliar a partir das intervençoes terapêuticas os momentos de troca, contato e reconhecimento mútuo. Favorece o processo de crescimento, desenvolvimento e constituição psíquica do filho e possibilita que as aquisições de linguagem, aprendizagem e psicomotricidade sejam efetivas apropriações do filho com as quais ele possa circular socialmente (na familia ampliada, na escola, na cidade), não de um modo simplesmente adaptativo, mas guiado fundamentalmente pelos seus interesses singulares. Quando realizado com bebês, , permite intervir a tempo, reduzindo enormemente e, em alguns casos, possibilitando a  remissão de traços de evitação na relação com o outro.
Questão educacional
No que tange à educação e escolarização, os integrantes do MPASP, a partir de inúmeras experiências clínicas de inclusão bem-sucedidas, ressaltam a importância de propiciar, sempre que for possível e benéfico para a criança, sua inclusão nas escolas regulares, ou seja, o diagnóstico de autismo não deve configurar per se indicação de escola especial, sob o risco de incorrer numa visão segregacionista.
Uma chance perdida
Pelo exposto acima, o Movimento Psicanálise Autismo e Saúde Pública (MPASP), do qual fazem parte cerca de 500 profissionais que atuam em mais de 100 instituições nacionais (públicas, privadas e não governamentais), considera que a série Autismo: Universo Particular foi um desserviço, uma chance perdida de alcançar maciçamente o público leigo com informação de qualidade.
Mais lamentavel ainda é que a produção desse programa tenha ignorado  essas informações enviadas pelo MPASP, enquanto o programa ia ao ar, dispostos que estávamos e estamos a colaborar com a informação nesse âmbito e ampliar a visão reducionista exposta pelo programa.
O MPASP se coloca à disposição dos meios de comunicação para apresentar  caminhos possíveis de tratamento  que não se restringem a treinamentos e  possibilitam ampliar e viabilizar os modos singulares de ser das pessoas com autismo.
Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública/MPASP
Instituições participantes
Universidades:FEUSP,FMUSP, Grupo de estudo sobre a criança (e sua linguagem) na clínica psicanalítica – GECLIPS/UFUMG, IPUSP, PUC /RJ, Psicologia PUC /SP, Fono PUC/SP, UERJ, UFBA – ambulatório infanto-juvenil da Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental do Hospital Juliano Moreira/UFBA-SESAB, UFMG Laboratório de Estudos Clínicos da PUC Minas, UFPE, UFRJ, UFSM, UnB, Unesp Bauru, UNICAMP, Univ. Católica de Brasília, Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP, Centro de Referência da Infância e da Adolescência – CRIA/UNIFESP, DERDIC/PUCSP, Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), UNIFOR. Instituições de Psicanálise: ALEPH – Escola de Psicanálise, Associação Psicanalítica de Curitiba- APC, Circulo Psicanalítico MG – CPMG, Círculo Psicanalítico de Pernambuco – CPP, EBP/SP ( escola brasileira de psicanálise), EBP/MG ( escola brasileira de psicanálise),  EBP/RJ  (escola brasileira de psicanálise), Escola Letra Freudiana, Espaço Moebius/BA, Laço Analítico, Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Brasil (EPFCL-Brasil), Fórum do Campo Lacaniano – São Paulo (FCL-SP), Rede de Pesquisa sobre as Psicoses do FCL-São Paulo, Rede Brasil Psicanálise Infância/ FCL, IEPSI, Associação Psicanalítica de Porto Alegre -APPOA, Instituto APPOA, IPB ( instituto de psicanálise brasileiro), Intersecção Psicanalítica do Brasil, Grupo que estuda a clinica com bebês e as intervenções precoces da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Grupo de Estudos e Investigação dos TGD da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae (SEDES), Departamento de Formação em Psicanálise do Instituto SEDES, Departamento de Psicanálise de Crianças do Instituto SEDES, Curso de Psicossomática Psicanalítica do Instituto SEDES, Núcleo de Investigação Clínica Hans da Escola Letra Freudiana, Sigmund Freud Associação Psicanalítica/RS, GEP/Campinas, NEPPC/SP, Instituto da Família –IFA/SP, Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Invenção Freudiana – Transmissão da Psicanálise. Centros de atendimentos não governamentais: Ateliê Espaço Terapêutico/RJ, Attenda/SP, Centro de Atendimento e Inclusão Social, CAIS/MG, Carretel – Clínica Interdisciplinar do Laço/SP, Carrossel/BA, Centro da Infância e Adolescência Maud Mannoni CIAMM, CERSAMI de Betim, Centro de Estudos, Pesquisa e Atendimento Global da Infância e Adolescência – CEPAGIA/Brasília/DF, Clínica Mauro Spinelli/SP, Clube/SP, CPPL – Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem, Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem de Recife – CPPL, Escola Trilha, ENFF, Espaço Escuta de Londrina, Espaço Palavra/SP, GEP-Campinas, Grupo Laço/SP, Grupo de Pesquisa CURUMIM do Instituto de Clínica Psicanalítica/RJ, Incere, Instituto de Estudo da Familia INEF, Insituto Langage, Instituto Viva Infância, LEPH/MG, Lugar de Vida, Centro Lydia Coriat de Porto Alegre, NIIPI/BA, NINAR – Núcleo de Estudos Psicanalíticos, NÓS – Equipe de Acompanhamento Terapêutico, Projetos Terapêuticos/SP, Trapézio/SP, Associação Espaço Vivo/RJ. Clínica Psicológica do Instituto Sedes Sapientiae/SP. Centros de atendimentos do governo:Caps Pequeno Hans/RJ, Capsi Guarulhos/SP, Capsi-Ipiranga/SP, Capsi-Lapa/SP, Capsi Mauricio de Sousa/Pinel-RJ, Capsi Mooca/SP, CAPSI-Taboão/SP, CAPSI de Vitória, CARM/UFRJ, NASF Brasilandia/SP, NASF Guarani/SP, UBS Humberto Pasquale/SP, Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica – COMPP/SES-DF, Capsi COMPP/SES-DF, Capsi Campina Brande/PB. Associações:ABEBÊ – Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê, ABENEPI/Maceió, ABENEPI/RJ, ABENEPI/BSB, Associação Metroviária do Excepcional AME, Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental, CRP/SP (conselho regional de psicologia). Hospitais: Centro Psíquico da Adolescência e Infância da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (CePAI/FHEMIG), CISAM/UPE – Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros – Universidade de Pernambuco, HCB (Hospital da Criança de Brasília), Serviço de psicossomática e saúde mental do Hospital Barão de Lucena -HBL/ Recife, Hospital Einstein, IEP/HSC Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Santa Catarina, Hospital Pinel, Hospital das Clínicas – Universidade de Pernambuco. Revista: Revista Mente e Cérebro. Grupo de pesquisa:PREAUT BRASIL, Grupo de pesquisa IRDI nas creches.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pós-graduação: Psicanálise e Saúde Mental (2013)




Objetivo:
Proporcionar aos Profissionais de Psicologia e Áreas Afins um campo de conhecimento capaz de torná-los aptos ao exercício de sua profissão no campo da Saúde Mental, em articulação aos postulados psicanalíticos, ampliando seu raio de atuação e intervenção.



Público-alvo:
Profissionais formados em Psicologia, Medicina, Serviço Social, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Pedagogia, Musicoterapia.
 
 
Duração: 18 meses

Carga Horária: 420h = 360 horas-aula + 60h de Trabalho de Conclus�o de Curso (TCC)


Horários:
Turma 1 – Terças e Quintas das 19h às 22h
Turma 2 - Sábados das 8h30min às 12h30min e das 13h30min às 17hh30min (três sábados por mês).
 
Secretaria da Pós-Graduação: 2199-6689
Telefone geral: 0800 709 3773
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

ENCONTRO "ENTRE ARTE E CORPO" (EBP - RIO)



ENTRE ARTE E CORPO
A diretoria de Cartel e Intercambio, tratando das conexões entre a psicanalise e outros campos do fazer, convida para um Encontro da Psicanalise com a Arte.

Tania Rivera, psicanalista e ensaísta, terá como tema – “Entre arte e corpo” e Giselle Falbo, professora do PPGP  da UFF terá como tema  – “"Rhythm 0: algumas considerações sobre o corpo em Marina Abramovic".

Elza Freitas coordenará o evento e teremos Maria Fátima Pinheiro e Maria Silvia Hanna   como debatedoras. Aguardamos a presença de vocês nesse intercambio.

LOCAL: Sede da Seção, Rua Capistrano de Abreu, 14, Botafogo
Dia 17 de junho de 2013 - Horário 20 horas. 
Local: Sede da EBP/RJ - Rua Capistrano de Abreu, 14

domingo, 19 de maio de 2013

III Simpósio do Isepol - O lugar certo onde colocar o desejo


II Simpósio do Instituto Sephora de Ensino e Pesquisa de Orientação Lacaniana

O lugar certo onde colocar o desejo

DIA: 08/06/2013

Local: Auditório do Hospital Copa D’Or(Rua Figueiredo Magalhaes, 875 – Copacabana, Rio de Janeiro).
Valor (inclui o brunch):                        Estudantes: R$ 30,00             Profissionais: R$ 50,00
Inscrições: No local ou através de depósito bancário e remessa do comprovante paraisepol.sephora@gmail.com
Banco Itaú, agência: 3870, c/c 14239-9 - Associação Núcleo Sephora, CNPJ: 09.390.265/0001-18

Programa

09:30 – Abertura: Rachel Amin Freitas,psicanalista membro da EBP/AMP e do ISEPOL
QUANDO OS DESEJOS SE TORNAM DIREITOS – Tania Coelho dos Santos,presidente do ISEPOL

10:00 - O DESEJO ATÓPICO DO ANALISTA E A INTERVENÇÃO DO INTELECTUAL – Antônio Teixeira,psicanalista membro da EBP/MG

11:15 – Mesa redonda: O LUGAR CERTO ONDE COLOCAR O DESEJO: O PACIENTE DESOSPITALIZADO
Apresentação: Mariana Medrado Dias, psicóloga do Hospital Copa D’Or e Lúcia Helena Carvalho da Cunha, psicanalista do ISEPOL
·      Home care? Home, não quero! – Fernanda Saboyacoordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Copa D’Or
·      Considerações Médicas - Emmanuel Salgueiro, supervisor da Clínica Médica do Hospital Copa D'Or
·      Considerações Jurídicas – Fernando Charnauxconsultor jurídico do Hospital Copa D`Or
·      Considerações Bioéticas – Marcelo Godoyespecialista em direito médico

12:30 – Intervalo: exposição de posters e um delicioso brunch

13:45 – Mesa redonda: O LUGAR CERTO ONDE COLOCAR O DESEJO: O CORPO SEXUADO
Apresentação: Kátia Danemberg e Maria Luiza Caldas, psicanalistas do ISEPOL
Debatedora: Ana Maria Rudge,psicanalista-didata da SPID
·      O desejo transexualista e o direito à pessoa que se é – Marina Teixeira Caldaspsicanalista
·      O desejo bissexual na fantasia de uma mulher – Maria Cristina Antunes,psicanalista do ISEPOL

15:00 - O LUGAR CERTO ONDE COLOCAR O DESEJO DO ANALISTA: A ERA DOS DIREITOS HUMANOS
Apresentação: Andrea Martello eFabiana Mendes, psicanalistas do ISEPOL
Debatedor: Antônio Teixeirapsicanalista membro da EBP-RJ
·      O desejo do analista e o direito ao gozo – Tania Coelho dos Santos,presidente do ISEPOL
·      Do desejo ao discurso do analista – Rosa Guedes Lopespsicanalista do ISEPOL