Psicóloga / Psicanalista Flavia Bonfim - Atendimento - Cursos - Eventos - Textos
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quinta-feira, 29 de março de 2012

“O PSICANALISTA NÃO FALA, SÓ ESCUTA” – Verdade?

“O PSICANALISTA NÃO FALA, SÓ ESCUTA” – Verdade?

Por Flavia Bonfim

            A idéia do analista sempre silencioso é uma caricatura. Isso não quer dizer, contudo, que o silêncio não tenha sua função no processo analítico. Se fosse “verdade” que o analista não fala, ainda assim teríamos aí uma questão que mereceria melhores esclarecimentos. Pois como a “verdade é sempre não-toda”, nos diz Lacan, essa afirmativa por si não seria capaz de dar conta de dizer tudo sobre a práxis do analista. Por outro lado, vale dizer que “escutar”, ou melhor “a escuta de um psicanalista” em si já não é pouca coisa, pois permite ao sujeito falar daquilo que há de mais íntimo, sem ser censurado e julgado segundo critérios morais: do bem e do mal, do certo ou errado, além de contar com o sigilo de seus maiores segredos.
Escutar o paciente, antes falar e fazer suposições, trata-se de uma posição ética, que supõe um saber do lado do analisando a respeito de si próprio (mesmo que ele ainda não saiba) a ser construído no processo analítico. Além disso, isso aponta para o fato de que qualquer intervenção e interpretação do analista só é mediante a prévia escuta do paciente. Não se trabalha com um saber pronto, produzido de ante-mão, que caberia para todo sujeito. A teoria psicanalítica orienta e jamais o analista pode prescindir dela, mas ela não substitue o singular e só se confirma e se autentifica medicante o caso a caso. A psicanálise é a clínica do particular.
 Desse modo, o analista trabalha essencialmente com a fala do paciente, pois é na fala que o inconsciente pode emergir. É isto que Lacan quer assinalar com seu famoso aforismo, que marcou sua releitura da obra freudiana: “O inconsciente é estruturado como uma linguagem”. O inconsciente não está dentro, nem fora, mas se encontra na própria fala do analisando, cabendo ao analista intervir para que o inconsciente exista. É o analista que enfatiza aquilo que o analisando desconsidera (as manifestações do inconsciente: atos falhos, chistes, sonhos, sintoma) e aponta para seu estatuto de representante da verdade do sujeito. Daí, a tese de Lacan: O inconsciente não é sem o analista.
De modo mais preciso, afirmamos que a psicanálise trabalha com os ditos do paciente, questionando a posição do sujeito frente a eles, o lugar do enunciante frente ao seu enunciado,–  permitindo reformular sua queixa e introduzir o mal-entendido. Isso o guia ao encontro do inconsciente, levando-o ao questionamento de seu desejo e do que pretende dizer quando fala.  O ato analítico consiste em implicar o sujeito em sua queixa, de modo que possa avançar, deslizando da queixa a respeito do outro, para a pergunta: “Qual minha parte nisto?”, produzindo, então, uma retificação subjetiva, uma responsabilização do sujeito sobre seu sintoma. Convém destacar que responsabilizar não é de modo algum culpabilizar o paciente pelo seu sofrimento. Responsabilizar é o primeiro passo para permitir que o analisando – apesar do assujeitamento do Outro, do determinismo inconsciente e dos dramas pessoais – possa se autorizar pelas escolhas de sua vida e encontrar outras vias de se posicionar frente ao mundo, bem como outros modos de satisfação, construindo, assim, soluções inéditas para si.
Finalizando, devo dizer que  ética da psicanálise é regulada pelo desejo e toda intervenção/interpretação analítica incide na tentativa de apontar para a dimensão desejante do sujeito. Logo, o psicanalista fala. O que ele não fala é sobre si, já que isso produz apenas identificações imaginárias que só tendem a contribuir ainda mais para a alienação do sujeito – indo na contramão do processo analítico. Ele também não diz ao paciente como agir, pois quem pode dizer o que é melhor para o outro? Quanto a isso, Freud há tempos nos alertou , escrevendo que “A felicidade constitui um “problema da economia da libido do indivíduo.” Não existe uma “regra de ouro” para todos. Cada sujeito deve descobrir o seu caminho que conduz ao prazer.” Nesse sentido, Lacan, por sua vez, foi bem claro ao formalizar que o analista dirige o tratamento, não o paciente.

terça-feira, 20 de março de 2012

Seminários da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP-Rio)



Seminários conta e risco| Seção-Rio 
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O Um-dividualismo moderno e o Outro gozo. (leitura de ...ou pior, O Seminário Livro XIX).Este é o neologismo criado por J. A. Miller, para caracterizar a investigação empreendida por Lacan neste seminário. Nele, interroga-se a articulação do Outro gozo, gozo feminino, com o Um. É questão bastante atual em dias da ênfase na pluralidade dos gozos. ". Omodo aforms J. A. Miller: "Em lugar daquilo que faz furo no real há pletora: imagens que enganam e encantam, discursos que prescrevem como a relação deve ser". Passando pelo Um egóico e o Um do pai , Lacan visará o Um da letra como modo privilegiado de localização do gozo em uma análise. É o Um que nela se inscreve e o que dela se transmite quando levada a termo.

As seguintes 5as feiras às 20 horas: 22/03, 05/04, 19/04, 03/05, 17/05, 31/05, 14/06, 28/06.

Coordenação: Marcus André Vieira.
Seminário: A distinção entre o discurso da histeria e o feminino                    
Em 2012, prosseguiremos com a pesquisa sobre o tema: “ A distinção entre a posição histérica e a posição feminina.” Adotaremos como leitura básica alguns capítulos dos seminários 17, 20 e 23  de Lacan, visando aprofundar os conceitos que situam como a orientação lacaniana distingue de forma radical, a maneira como os homens e as mulheres
se posicionam em relação a falta-a-ser. Pretendemos com este estudo, além de situar a posição feminina, refletir sobre as particularidades do feminino na contemporaneidade e os efeitos na clinica. Os seminários são intercalados, um clínico e outro teórico.
Data de início: 6 de março
Funcionamento: primeiras e terceiras terças-feiras de cada mês.
Horário: 20h30
Local: Rua Lemos Cunha, 442. Icaraí- Niterói.
Tel de contato: 9612-1190

Coordenação: Ana Lúcia Garcia de Freitas
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“O objeto a e os conceitos fundamentais”                                              
Data de inicio:  06 março de 2012  
Freqüência: As primeiras e terceira terças feiras do mês.                           
Proposta:
Daremos continuidade ao trabalho iniciado em Niterói no ano 2005 retomando  e atualizando os  conceitos: inconsciente, pulsão, transferência e repetição no marco delimitado pelo  “objeto a”. Nessa direção examinaremos a partir de casos clínicos publicados as conseqüências que o “objeto a” promove na experiência psicanalítica.
Bibliografia:
Freud, S. Inibições, sintoma e angústia in Ob Completas, Imago Ed. RJ 1988.
Lacan, J. Seminário livro 10 “A angústia”, Zahar Ed. RJ.
Lacan, J. Seminário livro 11  “Os quatro conceitos fundamentais em psicanálise” , Zahar Ed. RJ.
Miller, J. A. “Silet”, Zahar Ed. RJ.
Local: Rua  Lemos Cunha 432 Icaraí Niterói 
Informações:22874419ou21744416                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
Coordenação: Maria Silvia Garcia Hanna      
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Seminário sobre as psicose ordinárias: questões diagnósticas

Reinício dia 13 de março, terça feira, às 11hs.
As duas reuniões deste mês serão dedicadas a leitura e contribuições ao texto de Freud: O recalque, de 1915.
A riqueza do texto de Freud, nos permitirá prosseguir o trabalho no vasto campo de pesquisa ao qual este seminário se dedica.
Nas demais reuniões, deste ano, trabalharemos o Seminário 23 de Lacan, O Sinthome. 
Nossos encontros serão as segundas e quartas terças feira do mês, respectivamente, dias 13 e 27 as 11 horas na sede da Seção Rio.

Coordenação: Lenita Bentes e Eliana Bentes Castro
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Seminário: Leitura de Mallarmé le livre, de  Joseph  Attié
Coordenação: Maria Isabel Lins
Reiniciou 16 março quinzenal as sextas-feiras de 10:30h ás 12h
Sede da EBP/Rio sala 2

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Clinica do real: o analista da clinica do sinthome.

Estudaremos os conceitos que sustentam o analista na clínica do sinthome, uma clinica que ao não fazer do objeto a sua última palavra faz do gozo opaco do sinthome o ponto a partir do qual a palavra se orienta porem. Desse modo não há uma palavra que possa se tornar a ‘ultima palavra’, há a ‘palavra final’ de uma experiência, aquela que para cada sujeito assinale um gozo absoluto, fora de sentido. Um significante que não represente nada, mais que seja significante de um gozo único, onde se possa situar o resto incurável chamado de sinthome.
Inicio: 09 de março de 2012
Toda 1ª e 3ª sexta feira do mês
Local: sede da EBP - Rio
Horário: 15h00

Bibliografia:
Jacques Lacan, O Seminário livro XXII, O sinthoma. (Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2009)  
Curso psicanalítico de J. –A. Miller: “Los divinos detalles” (Paidós, Bs. As. 2010).

 Coordenação: Mirta Zbrun    
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Seminário: Televisão                                                
Reinício 9 de março
Freqüência: quinzenal sextas-feiras de 12h ás 13:30h
Sede da EBP/Rio  Auditório
Coordenação: Stella Jimenez
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segunda-feira, 19 de março de 2012

CURSO: A feminilidade na Psicanálise

V Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e XI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental

V Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental
XI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental


Convocatória

"A Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF) convida todos os interessados para participarem do V Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e XI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental que será realizado no Ponta Mar Hotel, Fortaleza, Ceará, Brasil, de 6 a 9 de setembro de 2012.
Muito além dos chamados "transtornos alimentares", o tema geral do Congresso - Dietética corpo pathos - solicita apresentação de trabalhos que reflitam e comentem sobre a ética da oralidade, que muitos pensadores, filósofos, médicos, psicanalistas e escritores, consideram fundamental para a civilização.
De fato, desde o mito edênico, que representa a saída do humano em direção à sua própria humanidade, passando pelo canibalismo e pela antropofagia, a questão da ética da oralidade, entendida como os limites da liberdade sobre práticas orais, coloca o humano em relação direta com a civilização e a barbárie.
Atualmente, os chamados distúrbios da oralidade - anorexia, bulimia, obesidade, alcoolismo, drogadição, voracidade, cobiça, insaciabilidade, ambição desmesurada, fissura, sofreguidão, glutonice, avidez, devoração - estão de tal forma presentes em nossa civilização, que colocam em risco não só a existência pessoal, mas a da própria espécie humana e sua espaçonave.
Esses sintomas são claramente destrutivos e, por isso mesmo, merecem nosso esforço de pensamento buscando sua compreensão e sua resolução.
A AUPPF conta com a presença de um grande número de participantes apresentando trabalhos em nosso já tradicional encontro bi-anual."

Mais informações no link: http://pt.fundamentalpsychopathology.org/

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Psiquiatrização da vida e o DSM V: desafios para o início do século XXI"


Psiquiatrização da vida e o DSM V: desafios para o início do século XXI*

AUTORES: PAULO AMARANTE E FERNANDO FREITAS**

 "Os pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (Laps/ENSP/Fiocruz) Paulo Amarante e Fernando Freitas publicaram artigo no blog do Cebes, destacando que o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) vem reforçar a tendência à medicalização dos comportamentos humanos de nossa época, ao transformá-los em patológicos em seus mínimos detalhes. Confira a íntegra do artigo em anexo.

Psiquiatrização da vida e o DSM V: desafios para o início do século XXI

Crianças que fazem muita birra sofrem de um distúrbio psiquiátrico recentemente descoberto, a chamada “desregulação do temperamento com disforia”. Adolescentes que apresentam, de forma particular, comportamentos extravagantes podem sofrer da “síndrome de risco psicótico”. Homens e mulheres que demonstram muito interesse por sexo, quer dizer, aqueles que têm fantasias, impulsos e comportamentos sexuais acima da temperança recomendada, muito provavelmente padecem do distúrbio psiquiátrico chamado “desordem hipersexual”.

Essas são algumas das várias novidades que estão sendo propostas pela Associação Americana de Psiquiatria (conhecida internacionalmente como APA), para suceder o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), em vigor desde 1994.  Há outras novidades que vem chamando a atenção de todos. Por exemplo, a “dependência à internet” e a “dependência a shopping”.

O que o DSM representa? Não apenas para a saúde pública propriamente dita, mas para a própria construção da subjetividade e intersubjetividade do homem contemporâneo?  A medicalização crescente do nosso cotidiano.

Apenas para se ter uma ideia da chamada “inflação” dos distúrbios considerados objeto da psiquiatria: há cinquenta anos eram seis as categorias de diagnóstico psiquiátrico, e hoje são mais de trezentas.

Nas últimas décadas o DSM tem servido como a bíblia para a chamada psiquiatria moderna e para os saberes e práticas subordinados a sua hegemonia. Os autores de suas sucessivas edições argumentam que suas pretensões são: (1) Fornecer uma “linguagem comum” para os clínicos; (2) servir de “ferramenta” para os pesquisadores; (3) ser uma “ponte” para a interface clínica/pesquisa; (4) ser o “livro de referência” em saúde mental para professores e estudantes; (5) disponibilizar o “código estatístico” para propósitos de pagamento dos serviços prestados e para fins administrativos do sistema de saúde; e, finalmente, (6) orientar “procedimentos forenses”.

Os impactos provocados por cada edição do DSM são inúmeros. Bem próximo de nós está o exemplo da pesquisa da OMS sobre a saúde mental dos moradores da metrópole de São Paulo. Segundo os resultados dessa pesquisa, cerca de 1/3 da sua população sofre de algum distúrbio psiquiátrico. A grande imprensa nacional tomou tal pesquisa para chamar a atenção da população para a situação do sistema de assistência em saúde mental do país, que estaria muito aquém das demandas dos cidadãos, muito em particular o SUS.  E que, sendo São Paulo uma megalópole de um país com tendências à urbanização acelerada, o seu exemplo deve ser considerado como alarmante.

O que escapa à maioria das pessoas que receberam essa notícia pela grande mídia são detalhes de grande importância para a credibilidade da própria pesquisa. Quem financiou essa pesquisa (além da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo), entre outros órgãos públicos, como a própria OMS e a Opas) foram grandes conglomerados da indústria farmacêutica: Ortho-McNeil Pharmaceutical, a GlaxoSmithKline, Bristol-Meyers Squibb e Shire. Curiosamente, os autores declaram não haver conflito de interesses. Se isso não é conflito de interesses, então é necessário revisar esse conceito!

O DSM-V chega sendo objeto de grandes controvérsias. Basta uma consulta na Internet para se tomar conhecimento das contundentes críticas feitas por alguns dos principais autores do DSM-III e DSM-IV. O que o DSM-V vem reforçar ao DSM-IV? Parece ser a tendência à medicalização dos comportamentos humanos de nossa época, ao transformá-los em patológicos em seus mínimos detalhes. Nos termos que vêm se tornando públicos, o DSM-V reforça a tendência de assegurar e ampliar o mercado da saúde mental: 1) o consumo arbitrário de medicamentos de natureza psicotrópica, sem qualquer cuidado com os seus efeitos sobre a própria saúde de seus consumidores; (2) a expansão de serviços de diagnóstico e de consultas; (3) a medicalização da vida.

Na medida em que o modelo “a-teórico” (como ele mesmo se define) do DSM nos possibilita constatar, principalmente a partir dessa sua quinta versão, que seu objetivo real não é lançar luz sobre o conhecimento dos sofrimentos mentais, e, sim, produzir mais mercado para as intervenções psiquiátricas, cumpre à sociedade recusar esse projeto medicalizante/patologizante. As entidades de saúde, particularmente as médicas, os Conselhos de Saúde e de Direitos Humanos, os órgãos públicos de normalização, regulação, fiscalização (Ministério da Saúde, Ministério Público, conselhos profissionais, dentre outros) precisam se posicionar e cobrar a responsabilidade dos autores e multiplicadores de tais iniciativas."

* Texto extraído do INFORME ENSP - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Publicado em Link: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/29782

** Paulo Amarante é presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS/ENSP/Fiocruz)

** Fernando Freitas é diretor da Abrasme e pesquisador do LAPS/Fiocruz

PRAXIS LACANIANA - PROGRAMAÇÃO 2012

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.: PROGRAMA DE ENSINO 2012 :.
1º SEMESTRE : 19/03 a 13/07
2º SEMESTRE : 06/08 a 15/12
SEMINÁRIOS E CURSOS I - Seminário Avançado de Leitura à Letra
"L'insu que sait de l'une-bévue s'aile à mourre" – Seminário 24 de Jacques Lacan – quinzenal, 2 e 4 quartas-feiras, ás 20h.
O seminário avançado de leitura à letra tem, na prática da escola, um lugar que possibilita avançar as questões a respeito do real da prática analítica pela entrada do discurso do analista. Nesse sentido, este ano, pela sequência que vimos fazendo, decidimos pelo seminário "L'insu que sait de l'une-bévue s'aile à mourre", que nos convoca a trabalhar a relação da função da escrita com a linguagem.

Tanto pela ortografia, quanto pela homofonia, ficam situadas no jogo translinguístico diferentes possibilidades de tradução e de sentidos, talvez por ser intraduzível e sem sentido: "O não-sabido que sabe de uma-equivocação"; "O não-sabido que sabe do inconsciente"; "O fracasso de uma-equivocação"; "O fracasso do inconsciente"; "O fracasso do Unbewusste é o amor"...
É pela referência à escrita que o sujeito encontra seu real, o inconsciente enquanto consiste num saber no real, que Lacan chamou alíngua, o que nos abre à função do enigma em sua dimensão de verdade e nos faz sentir, nesse nível, o que é o chiste em sua relação com o inconsciente.
Coordenação: Antonia Portela Magalhães, Edméa Roque, Gracinda Peccini, Iaci Torres Pádua, Isabel Martins Considera, Maria Auxiliadora Bragança de Oliveira, Maria Isabel Fernandez, Maria José Carvalho, Marilu Guerreiro e Sonia Damasceno.
II - Seminário Clínica e Discurso da Psicanálise
"A função do objeto a na direção da cura".
mensal, 3 quartas-feiras, às 20h.
Apontar distintos momentos em uma cura, em termos do valor de uma análise enquanto vai além do terapêutico, não é um progresso, é só uma diferença. Como diz Lacan, não há progresso, e o que se espera não é forçosamente o que se recolhe.

O objeto a, invenção lacaniana, não é sem a antecedência do objeto em Freud. É porque há algo da pulsão que não se satisfaz no amor, que o sujeito suposto saber tem uma possibilidade lógica de se reduzir a um objeto, onde tem lugar a função desejo do analista. Este seminário é um convite para trabalharmos as diferenças que, na direção da cura, devem ser não dissimuladas e sim distinguidas segundo a criação do conceito em jogo.
Coordenação: Isabel Martins Considera

LEITURAS DE BASE E FUNDAMENTOS DA PSICANÁLISE
I - Textos freudianos:
1 - "Inibição, sintoma e angústia" - segundas-feiras, às 17h.
"Visto não haver qualquer dúvida de que a histeria tem forte afinidade com a feminilidade, da mesma forma que a neurose obsessiva com a masculinidade, afigura-se provável que, como um determinante da ansiedade, a perda do amor desempenha o mesmíssimo papel na histeria que a ameaça da castração nas fobias e o medo do superego na neurose obsessiva". Freud, cap. VIII
Coordenação: Iaci Torres Pádua e Isabel Martins Considera
2 - "Notas sobre um caso de neurose obsessiva" – O Homem
dos Ratos - sextas-feiras, às 10h.
A eleição do caso clínico "O Homem dos Ratos" justifica-se pelo interesse em seguirmos o viés de Freud, considerando a raiz e a estrutura da neurose obsessiva no ponto do enganchamento dos significantes que determinam o sintoma e mobilizam o sujeito no limite do tramado que ele constrói para se manter refém do destino a que acede pelas identificações paternas.
Coordenação: Gracinda Peccini, Maria Isabel Fernandez e Marilu Guerreiro
II – Escritos e Seminários de Lacan:
1 - "Função e campo da fala e da linguagem" – Escritos -
segundas-feiras, às 18:30h.
"Quer se pretenda agente de cura, de formação ou de sondagem, a psicanálise dispõe de apenas um meio: a fala do paciente. A evidência desse fato não justifica que se o negligencie." Neste texto Lacan dirige-se aos jovens analistas e chama-lhes atenção para a diferença instaurada pela psicanálise que, em seu retorno a Freud, situa na estrutura da linguagem seu ponto fundamental. Discute e articula tanto em termos da formação do analista, quanto em termos da prática analítica, os fundamentos da fala e da linguagem, na constituição do sujeito.
Coordenação: Antonia Portela Magalhães

2 - "A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud"
Escritos – quartas-feiras, às 18:30h.
"Designamos por letra este suporte material, que o discurso concreto toma emprestado da linguagem. Essa definição simples supõe que a linguagem não se confunda com as diversas funções somáticas e psíquicas que servem mal ao sujeito falante... o sujeito pode parecer servo da linguagem, o é ainda mais de um discurso em cujo movimento universal seu lugar já está inscrito em seu nascimento, nem que seja sob a forma de seu nome próprio".
Coordenação: Edméa Roque, Iaci Torres Pádua, Maria José Carvalho
3 - "O valor de significação do falo" – Seminário 5 - sextas-feiras, às
11:30h.
A função enigmática do falo, desde Freud, aparece ligada a um campo específico da experiência do sujeito do inconsciente, campo de sua estruturação no lugar do Outro. Quando o falo toma valor de significante, a função fálica pode operar permitindo ao sujeito ter acesso às questões que interrogam o desejo e o gozo.
Coordenação: Gracinda Peccini, Maria Auxiliadora B. de Oliveira e Marilu Guerreiro
CARTÉIS Os cartéis se constituem pela reunião de 3, 4 ou 5 pessoas que se escolhem para produzir um trabalho. Esses (3, 4 ou 5) elegem o + 1, que deverá ser membro da Escola. A inscrição do cartel (nome de seus integrantes, respectivo título e tempo de duração) deverá ser feita na secretaria.
JORNADAS E CONGRESSOS
Jornada Anual da Escola
"Letra, Linguagem e Inconsciente na Prática Psicanalítica"
Dias 15 e 16 de setembro.
Auspício da Fundação do Campo Lacaniano

Jornada de Cartéis e Encerramento das Atividades
Dia 15 de dezembro.
V Congresso Internacional de Convergência Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana
"O ato psicanalítico: suas incidências clínicas, políticas e sociais" Dias 22, 23 e 24 de junho – Porto Alegre – Brasil.
Reunião da Comissão de Enlace Geral de Convergência Movimento Lacaniano para a Psicanálise Freudiana
Dias 20 e 21 de junho – Porto Alegre - Brasil
REUNIÕES
• de Ensino: segundas-feiras, 15h (fechada)
• de Membros: 1ªs quartas-feiras e 3ªs segundas-feiras, 20h

ATIVIDADES NO RIO DE JANEIRO
Textos freudianos: "Inibição, sintoma e angústia"
terças-feiras, às 11:30h
Coordenação: Iaci Torres Pádua
Escritos: "A instância da letra no inconsciente ou a razão desde
Freud" – terças-feiras, às 12:45h
Coordenação: Iaci Torres Pádua
BIBLIOTECA
Aberta ao público para consulta no local.
Horário: segundas e quartas-feiras de 14h às 20h e sextas-feiras de 9:30 às 13h.
COORDENAM A PRÁTICA DA ESCOLA: Antonia Portela Magalhães, Cássia Fontes Bahia, Edméa Roque, Gracinda Peccini, Iaci Torres Pádua, Isabel Martins Considera, Maria Auxiliadora Bragança de Oliveira, Maria Isabel Fernandez, Maria José Carvalho, Marilu Guerreiro, Sonia Damasceno.




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quinta-feira, 15 de março de 2012

PSIQUIATRA, PSICÓLOGO E PSICANALISTA: Qual a diferença?

PSIQUIATRA, PSICÓLOGO E
PSICANALISTA:  Qual a diferença?

Autora: Flavia Bonfim

Psiquiatria, psicologia e psicanálise são campos de saberes distintos, porém tomados por muitos, de maneira errônea, como semelhantes. O motivo para tanta confusão está no fato dos três tratarem do sofrimento psíquico (angústia, depressão, fobia, delírio, anorexia, bulimia, hiperatividade, inibição, etc.) e por isso acabam sendo visto como parecidos. Correndo o risco de ser demasiadamente reducionista e  superficial ao situar algumas diferenças entre esses profissionais, vou me atrever delimitar suas caracteristicas.

O psiquiatra, assim como todo médico especialista (por exemplo: cardiologista e ginecologista), fez faculdade de Medicina durante 6 anos e, após concluir o curso, fez residência em uma área médica, no caso, a Psiquiatria. Ele trata o sofrimento psíquico do ponto de vista da medicina, ou seja, o toma como uma doença, uma doença mental - sendo esta entendida como um estado anormal que deve ser eliminado. Prepondera a visão de cessar os sintomas, sem preocupação em conhecer a causa deles. O psiquiatra, a partir dos sinais e sintomas que o paciente apresenta, procura classificá-lo dentre variados tipos de transtornos, para realizar um diagnóstico. Para tratar o paciente, ele utiliza mais comumente o recurso farmacológico. Diferentemente do psicólogo, ele pode prescrever remédios, pois possui formação médica.
Já os psicólogos são profissionais que fizeram faculdade de Psicologia. O curso de Psicologia dura 5 anos, incluindo formação teórica e prática (por meio de estágios). Os psicólogos possuem uma área bem vasta de trabalho, podendo exercer sua profissão em consultório, em empresas, escolas, hospitais, instituições de um modo geral. Na psicologia clínica, existem várias linhas que determinam a forma de entender e tratar o paciente, tais como: Gestalt terapia, Terapia Cognitivo Comportamental, Humanismo, entre outras. Na graduação, o estudante de psicologia aprende sobre essas linhas e escolhe aquela que ele considera mais adequada para realizar psicoterapia em seus pacientes. De um modo geral, pensam o sujeito como um ser da consciência, da vontade, da razão e/ou do comportamento.
No caso do psicanalista, não existe uma faculdade de Psicanálise, nem esta é uma "linha" da Psicologia. No curso de Psicologia e em cursos de Pós-graduação em Psicanálise estuda-se a teoria psicanalítica e pode até ocorrer do estudante realizar estágio nessa vertente, mas neles não se forma analista. Nem cabe a qualquer curso fornecer "diploma de psicanalista", como alguns prometem.  A formação de analista é um processo não cronológico, mas lógico, que  inclui: formação teórica, supervisão e análise pessoal. E é comum que se dê a partir da inserção em instituições denominadas “escola de psicanálise”. Ou seja, aquele que deseja se tornar um psicanalista encontra-se em contínuo estudo e discussão de variados temas em psicanálise, recebe supervisão de um analista sobre os casos que atente e também passa pela experiência de uma análise (ele próprio torna-se um analisando). É mais comum que psicólogos e psiquiatras optem por essa formação.
A psicanálise foi criada por Freud e sua grande descoberta foi perceber que no sujeito podemos encontrar a dimensão da consciência, mas sobretudo a do inconsciente. Há algo que o sujeito desconhece sobre si mesmo. Os psicanalistas entendem que o sintoma psíquico é expressão de um conflito inconsciente e com o tratamento, o sujeito pode de deparar com os motivos desse conflito e elaborá-los, além de responsabilizar-se pelas escolhas de sua vida e encontrar outras vias de se posicionar frente ao mundo. Apontar para a dimensão desejante do sujeito é fio condutor da ética psicanalítica, logo, do tratamento psicanalítico.
Com isso, podemos perceber que psiquiatria, psicologia e psicanálise são campos radicalmente diferentes. Há distinções quanto à formação de cada profissional e quanto à maneira de entender e tratar o sofrimento psíquico. Vale ressaltar que quando um psicólogo ou psiquiatra tornar-se um analista, ele não deixa de ter tais denominações ou títulos, porém, modifica radicalmente sua forma de entender o sujeito e o tratamento que dispensa a ele.

Programa Psicológica TV - Psicanálise na Reabilitação Física & Processo de Luto. Por Flavia Bonfim

quarta-feira, 14 de março de 2012

Algumas considerações sobre o espetáculo diagnóstico na psiquiatria contemporânea - Por Carlos Alberto Vieira

Algumas considerações sobre o espetáculo diagnóstico na psiquiatria contemporânea*

Autor:  Carlos Alberto Vieira (Psicólogo Clínico, em formação em psicanálise na Escola Brasileira de Psicanálise - RN.)

A cada nova atualização, o livro D.S.M. (cujo nome pode ser lido como “Doenças sob medida”) se torna, rigorosamente, uma extraordinária obra de ficção científica. Não se credita ao amanhã alguma possibilidade de maiores reuniões de cúmulos possíveis de se apresentarem, salvo se a impressionante capacidade de renovação, em nome de seu alto grau de absurdo for realmente inesgotável, em referência direta aos profissionais da psiquiatria adeptos da perpetuação daquilo que lhes concernem nesta proposição médico-científica. 

            O que nele já se pode ver, contrariando com propriedade a recomendação da clínica psicológica e psicanalítica, tornada consenso segundo a realidade peculiar à própria soberania clínica, segundo a qual é algo prudente aguardar o que virá a se inscrever naquilo que concerne às manifestações pessoais do paciente ao longo do tempo do tratamento, para só então se poder definir, portanto, com um grau mais preciso de rigorosidade, um diagnóstico aos pacientes, neste caso, em particular, o tempo já é suficiente em si mesmo, pois a cada nova vez que este livro é retomado para reelaboração (e também outros livros, como este), nós não estamos mais, de modo algum, no campo do estabelecimento de hipóteses, mas de uma conclusão efetivamente convicta, de que se está em questão um caso decididamente patológico - de seu ponto de vista propriamente social –, pois, partimos do pressuposto de que os sujeitos responsáveis pelo conteúdo em geral deste livro não são psicóticos, mas, não obstante, delirantes.

            Outra questão: A “rede de cumplicidade” da qual fala o filósofo Cornelius Castoriadis, ao longo de seus escritos (particularmente naqueles referentes à “ascensão da insignificância), está expressa em toda a sua clareza, na medida em que a perspectiva utilizada propriamente por tal psiquiatria nos faz ver como algo certo e extremamente intrincado, o nada incipiente enlace entre Ciência e Capital, pelo fundamental intermédio da indústria mesma dos fármacos, e não apenas por isso, mas, igualmente, por todo o aparelho sistemático que, em última análise, faz convergir ao asseguramento das condições da grande teia de (des)razões dos que o tomam e fazem em seu grau maior de poder.

            A adesão à norma constitui a “singularidade científica” da psiquiatria, de maneira que, para aqueles que a fazem sem um bom-senso, sequer mínimo, à singularidade dos sujeitos resta tratar tão somente, ao invés de se conceber como algo “natural” do humano, situa a concepção a partir do recurso do significante “patológico”. 

            A esta altura, não estamos mais situados na famigerada discussão a respeito da linha que faz diferir o normal do patológico, pois aí há tenuidade, e, neste caso, isso não está presente, haja vista o absurdo com o qual nos deparamos, por exemplo, em categorizar a timidez como uma patologia, sim, como enfermidade mental. O que se pretende, a partir de tal maneira, é, no fim, um julgamento tresloucado acerca da “natureza humana”, a qual se constitui fundamentalmente em meio à Cultura, e, portanto, na forma mais elástica da experiência universal referente aos “estilos de existência”, de modos de ser que respondem pelo quadro geral do estado de coisas humano, que, pelo conjunto de seus traços, responde, por sua vez, pela sustentação subjetiva (e mesmo objetiva) dos sujeitos.

            Em junho de 2011, estive na cidade do Rio de Janeiro, onde participei no mês de junho do V Enapol (Encontro Americano de Psicanálise de Orientação Lacaniana), realizado pela Escola Brasileira de Psicanálise – EBP em conjunto com outras escolas da América e a Associação Mundial de Psicanálise – AMP. Eis o título do encontro: “A saúde para todos, não sem a loucura de cada um”. (Confesso que, neste momento, no qual acabo de escrever o referido título, fiz um ato falho ao substituir, vejamos, “A saúde”, por “A loucura”, de maneira que aqui se torna, segundo minha leitura, anúncio mesmo do que se tornou, em todo caso, apreendido especialmente ao longo do dias do Evento). 

            Ao longo dos trabalhos do Enapol, podia-se localizar algo que decerto fazia a comunidade geral das apresentações, a saber: o modo de vida singular à cada sujeito, como aquilo que deve sempre ser objeto de privilégio à ética e a técnica da psicanálise (nomeadamente, dos analistas), uma vez que se está a tratar da “diferença absoluta”, daquilo que em última instância diz respeito ao sujeito em seu grau mais íntimo e intransferível de subjetividade, segundo os protótipos singulares, a linguagem, os arranjos subjetivos e o desejo de cada exemplar humano.

            Aos profissionais “psi” cabe de um modo particular o trabalho fundamentalmente dissociado das proclamações nomeadamente “científicas” da psiquiatria mal-dita, compondo nossa práxis por aspectos e princípios que possam, portanto, vir a corresponder ao sujeito da maneira mais próxima do factual espectro de coisas que formam os seus modos, universal, particular e singular de constituição de si mesmo. 

            Sustentar a posição de guardião do desejo e da singularidade humana não constitui atributo exclusivo da psicanálise, na medida em que os diálogos, rumo à complexidade, fazem mais sentido na medida do gradativo fomento de suas possibilidades/potencialidades e, portanto, da contingência dos tão essenciais encontros.

            Há muito, o doutor Sigmund Freud já nos alertava para o que hoje se nos apresenta sob a forma de um esteio de “delírios sem medida”. Tomando o luto como ponto de equivalência a outras questões, escreve Freud: 

"É digno de nota que jamais nos ocorre ver o luto como um estado patológico e indicar tratamento médico para ele, embora ocasione um sério afastamento da conduta normal da vida. Confiamos que será superado após certo tempo, e achamos que perturbá-lo é inapropriado, até prejudicial" - (Sigmund Freud, em "Luto e melancolia", 2010 [1914-16], p.172).

Viva, assim, a sabedoria freudiana.
* Este texto é de inteira responsabilidade do autor.

domingo, 11 de março de 2012

SEMINÁRIOS DA ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE - RJ


Seminário: A distinção entre o discurso da histeria e o feminino                    
Em 2012, prosseguiremos com a pesquisa sobre o tema: “ A distinção entre a posição histérica e a posição feminina.” Adotaremos como leitura básica alguns capítulos dos seminários 17, 20 e 23  de Lacan, visando aprofundar os conceitos que situam como a orientação lacaniana distingue de forma radical, a maneira como os homens e as mulheres
se posicionam em relação a falta-a-ser. Pretendemos com este estudo, além de situar a posição feminina, refletir sobre as particularidades do feminino na contemporaneidade e os efeitos na clinica. Os seminários são intercalados, um clínico e outro teórico.
Data de início: 6 de março
Funcionamento: primeiras e terceiras terças-feiras de cada mês.
Horário: 20h30
Local: Rua Lemos Cunha, 442. Icaraí- Niterói.
Tel de contato: 9612-1190

Coordenação: Ana Lúcia Garcia de Freitas
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“O objeto a e os conceitos fundamentais”                                              
Data de inicio:  06 março de 2012  
Freqüência: As primeiras e terceira terças feiras do mês.                           
Proposta:
Daremos continuidade ao trabalho iniciado em Niterói no ano 2005 retomando  e atualizando os  conceitos: inconsciente, pulsão, transferência e repetição no marco delimitado pelo  “objeto a”. Nessa direção examinaremos a partir de casos clínicos publicados as conseqüências que o “objeto a” promove na experiência psicanalítica.
Bibliografia:
Freud, S. Inibições, sintoma e angústia in Ob Completas, Imago Ed. RJ 1988.
Lacan, J. Seminário livro 10 “A angústia”, Zahar Ed. RJ.
Lacan, J. Seminário livro 11  “Os quatro conceitos fundamentais em psicanálise” , Zahar Ed. RJ.
Miller, J. A. “Silet”, Zahar Ed. RJ.
Local: Rua  Lemos Cunha 432 Icaraí Niterói 
Informações:22874419ou21744416                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        
Coordenação: Maria Silvia Garcia Hanna                                                                                                                                                                                                                                           
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Seminário sobre as psicose ordinárias: questões diagnósticas

Reinício dia 13 de março, terça feira, às 11hs.
As duas reuniões deste mês serão dedicadas a leitura e contribuições ao texto de Freud: O recalque, de 1915.
A riqueza do texto de Freud, nos permitirá prosseguir o trabalho no vasto campo de pesquisa ao qual este seminário se dedica.
Nas demais reuniões, deste ano, trabalharemos o Seminário 23 de Lacan, O Sinthome. 
Nossos encontros serão as segundas e quartas terças feira do mês, respectivamente, dias 13 e 27 as 11 horas na sede da Seção Rio.

Coordenação: Lenita Bentes e Eliana Bentes Castro
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Seminário: Leitura de Mallarmé le livre, de  Joseph  Attié
Coord: Maria Isabel Lins
Freqüência: quinzenal sextas-feiras de 10:30h ás 12h
Sede da EBP/Rio sala 2

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Clinica do real: o analista da clinica do sinthome.

Estudaremos os conceitos que sustentam o analista na clínica do sinthome, uma clinica que ao não fazer do objeto a sua última palavra faz do gozo opaco do sinthome o ponto a partir do qual a palavra se orienta porem. Desse modo não há uma palavra que possa se tornar a ‘ultima palavra’, há a ‘palavra final’ de uma experiência, aquela que para cada sujeito assinale um gozo absoluto, fora de sentido. Um significante que não represente nada, mais que seja significante de um gozo único, onde se possa situar o resto incurável chamado de sinthome.
Inicio: 09 de março de 2012
Toda 1ª e 3ª sexta feira do mês
Local: sede da EBP - Rio
Horário: 14:30hs

Bibliografia:
Jacques Lacan, O Seminário livro XXII, O sinthoma. (Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2009)  
Curso psicanalítico de J. –A. Miller: “Los divinos detalles” (Paidós, Bs. As. 2010).

 Coord: Mirta Zbrun    
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Seminário: Televisão                                                
Reinício 9 de março
Freqüência: quinzenal sextas-feiras de 12h ás 13:30h
Sede da EBP/Rio  Auditório
Coord: Stella Jimenez

EBP Rio: Rua Capistrano de Abreu, 14 – Botafogo – Rio de Janeiro - (21) 2539-0960

segunda-feira, 5 de março de 2012

ICP - CONFERÊNCIA DE ABERTURA com Marcus André Vieira


Instituto de Clínica Psicanalítica do Rio de Janeiro - EBP-Rio
Conferência de abertura 2012

Marcus André Vieira (Diretor do ICP)
quarta-feira 7 de março, 20:00hs
Rua Capistrano de Abreu, 14 -  Humaitá - Rio de Janeiro
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Freud, sexo e gênero

A polaridade masculino/feminino sofre grande baque em nossos dias em que a morfologia corporal, culturalmente variável, se mostra cirurgicamente adaptável. Passamos à ênfase nos gêneros, como se a orientação sexual pudesse ser unicamente opção e nunca destino. Para abrir os trabalhos do ICP este ano, em que nos preparamos para o Encontro Brasileiro do Campo Freudiano a se realizar em novembro e que abordará as figuras do feminino e de seu gozo, proporei apresentar o que distingue a novidade freudiana neste debate. Ao buscar no coração da singularidade o que nos move, a psicanálise termina por sustentar a sexualidade em outro tipo de diferença que não a anatômica. Por mais que sexo, gênero, discurso e parceiro pareçam estar para alguém em adequação, brota do corpo uma insistência cega, que desconhece nossas escolhas, ignora os finais mais felizes e exige sempre mais um pouco de nós. Neste exigência, batizada por Freud de pulsão, a psicanalise ancora nossa relação com o sexo.
(entrada franca)