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quinta-feira, 15 de março de 2012

PSIQUIATRA, PSICÓLOGO E PSICANALISTA: Qual a diferença?

PSIQUIATRA, PSICÓLOGO E
PSICANALISTA:  Qual a diferença?

Autora: Flavia Bonfim

Psiquiatria, psicologia e psicanálise são campos de saberes distintos, porém tomados por muitos, de maneira errônea, como semelhantes. O motivo para tanta confusão está no fato dos três tratarem do sofrimento psíquico (angústia, depressão, fobia, delírio, anorexia, bulimia, hiperatividade, inibição, etc.) e por isso acabam sendo visto como parecidos. Correndo o risco de ser demasiadamente reducionista e  superficial ao situar algumas diferenças entre esses profissionais, vou me atrever delimitar suas caracteristicas.

O psiquiatra, assim como todo médico especialista (por exemplo: cardiologista e ginecologista), fez faculdade de Medicina durante 6 anos e, após concluir o curso, fez residência em uma área médica, no caso, a Psiquiatria. Ele trata o sofrimento psíquico do ponto de vista da medicina, ou seja, o toma como uma doença, uma doença mental - sendo esta entendida como um estado anormal que deve ser eliminado. Prepondera a visão de cessar os sintomas, sem preocupação em conhecer a causa deles. O psiquiatra, a partir dos sinais e sintomas que o paciente apresenta, procura classificá-lo dentre variados tipos de transtornos, para realizar um diagnóstico. Para tratar o paciente, ele utiliza mais comumente o recurso farmacológico. Diferentemente do psicólogo, ele pode prescrever remédios, pois possui formação médica.
Já os psicólogos são profissionais que fizeram faculdade de Psicologia. O curso de Psicologia dura 5 anos, incluindo formação teórica e prática (por meio de estágios). Os psicólogos possuem uma área bem vasta de trabalho, podendo exercer sua profissão em consultório, em empresas, escolas, hospitais, instituições de um modo geral. Na psicologia clínica, existem várias linhas que determinam a forma de entender e tratar o paciente, tais como: Gestalt terapia, Terapia Cognitivo Comportamental, Humanismo, entre outras. Na graduação, o estudante de psicologia aprende sobre essas linhas e escolhe aquela que ele considera mais adequada para realizar psicoterapia em seus pacientes. De um modo geral, pensam o sujeito como um ser da consciência, da vontade, da razão e/ou do comportamento.
No caso do psicanalista, não existe uma faculdade de Psicanálise, nem esta é uma "linha" da Psicologia. No curso de Psicologia e em cursos de Pós-graduação em Psicanálise estuda-se a teoria psicanalítica e pode até ocorrer do estudante realizar estágio nessa vertente, mas neles não se forma analista. Nem cabe a qualquer curso fornecer "diploma de psicanalista", como alguns prometem.  A formação de analista é um processo não cronológico, mas lógico, que  inclui: formação teórica, supervisão e análise pessoal. E é comum que se dê a partir da inserção em instituições denominadas “escola de psicanálise”. Ou seja, aquele que deseja se tornar um psicanalista encontra-se em contínuo estudo e discussão de variados temas em psicanálise, recebe supervisão de um analista sobre os casos que atente e também passa pela experiência de uma análise (ele próprio torna-se um analisando). É mais comum que psicólogos e psiquiatras optem por essa formação.
A psicanálise foi criada por Freud e sua grande descoberta foi perceber que no sujeito podemos encontrar a dimensão da consciência, mas sobretudo a do inconsciente. Há algo que o sujeito desconhece sobre si mesmo. Os psicanalistas entendem que o sintoma psíquico é expressão de um conflito inconsciente e com o tratamento, o sujeito pode de deparar com os motivos desse conflito e elaborá-los, além de responsabilizar-se pelas escolhas de sua vida e encontrar outras vias de se posicionar frente ao mundo. Apontar para a dimensão desejante do sujeito é fio condutor da ética psicanalítica, logo, do tratamento psicanalítico.
Com isso, podemos perceber que psiquiatria, psicologia e psicanálise são campos radicalmente diferentes. Há distinções quanto à formação de cada profissional e quanto à maneira de entender e tratar o sofrimento psíquico. Vale ressaltar que quando um psicólogo ou psiquiatra tornar-se um analista, ele não deixa de ter tais denominações ou títulos, porém, modifica radicalmente sua forma de entender o sujeito e o tratamento que dispensa a ele.

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