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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A “Super Mulher”: Será que ela existe?

Vivemos num mundo em constante transformação. Ocorrem mudanças políticas, econômicas e sociais. Também, com os anos, modificam-se os costumes, os valores e a forma como as pessoas encaram a vida. O que era um hábito há anos atrás, hoje em dia pode não ser mais. A sociedade, ao mesmo tempo que impõe mudanças, modifica-se com suas próprias exigências. O que dizermos das modificações de atitude da mulher?

Até a década de 60, por exemplo, a mulher exemplar era a boa mãe, dona de casa cuidadosa, esposa dedicada, sensível e submissa, que não se intrometia nos assuntos dos homens. Trabalhar fora? Para quê? Isso não devia fazer parte do cotidiano feminino. A mulher era vista desta forma, pois vivíamos em uma sociedade centrada na figura masculina. O homem era o construtor do mundo e era esperado que a mulher tivesse uma posição secundária de zelar pelo marido e pelos filhos.

A sociedade atual já não se organiza da mesma forma. Podemos dizer que nossa sociedade não é mais tão hierárquica, nem o homem é mais a figura principal. Atualmente, a mulher também exerce papel de destaque no meio social. Concomitantemente, passou-se a se exigir da mulher uma nova posição no mundo, quase que totalmente oposta à anterior. A nova mulher deve ser independente, bem sucedida profissionalmente, administradora do lar, mãe, psicopedagoga, politizada, bonita, inteligente, culta, segura de si, decidida, que luta por igualdade etc., sem esquecermos que também deve ser “desencanada” no diz respeito aos assuntos sexuais. Quanta coisa!

Na verdade, isso é ser uma “SUPER MULHER”, uma mulher potente, poderosa. Será que existe uma mulher assim? Para ser uma "verdadeira mulher" tem que seguir esse modelo? Não.
A “super mulher” não existe. Este é mais um padrão inatingível e autoritário que a sociedade moderna espera que sigamos, criando mal estar e insatisfação naquelas que não conseguem alcançá-lo. Não se trata de defender a mulher submissa, nem a poderosa, mas de apontar que não existe uma única forma de ser mulher e esse é o grande elogio à feminilidade. A riqueza da feminilidade é ter a possibilidade de ser única, singular. Não existe uma essência de mulher. Não há nada que possamos falar que venha definir o que é ser mulher de um modo geral. A mulher só pode ser encarada uma a uma. Daí vem todo o enigma que circunda o universo feminino.
Texto publicado no Jornal Lig - Coluna Vida
Autora: Flavia Bonfim

Um comentário:

  1. Olá Flávia, adorei esse post
    Recebi a indicação de uma amiga e pela primeira vez não me sinto uma excessão.
    Tenho algumas "amigas" posso chamar de colegas, que acreditam que a mulher ideal é exatamente esse modelo de SUPER MULHER. Uah que loucura
    Canso de dizer que se uma mulher age dessa forma "querendo parecer/ser perfeita em tudo" como ficaram aqueles que convivem com ela? Não aprenderam nada da vida, pois não podem errar nunca, certo? Ora se minha mãe/esposa é tão perfeita tenho que encobrir meus erros e ser um frustado eterno pois jamais conseguirei ser tão "perfeito" como ela.
    Isso sim é loucura.
    Se os meios de comunicação e a sociedade vendem esse tipo de mulher temos que ensinar aos nossos filhos/marido e familiares que só se cresce e aprende errando, conquistando, lutando, chorando, sorrindo, vivendo, crescendo, caindo, levantando, enfim sendo real, sendo você.
    Sempre compartilho minhas dúvidas, minhas angustias, meus erros, pedindo ajuda a meu marido e filhos, assim quando estiverem com problemas saberão que há alguém que podem ajudá-los a levantar e seguir adiante.
    Beijocas
    Cris Chabes

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