Abaixo, segue o Título e o resumo da apresentação.
Psicanálise e Reabilitação Física:
considerações sobre a especificidade de uma prática institucional.
Resumo:
Este ensaio é fruto da experiência de trabalho desenvolvido na Associação Fluminense de Reabilitação (AFR) e se insere na tentativa de articular Psicanálise e Reabilitação Física, de modo a apresentar considerações sobre a especificidade desta prática institucional. A proposta de trabalho no campo da reabilitação é realizada por meio de equipe multidisciplinar e baseia-se em um modelo adaptativo, tendo como objetivo propiciar que a pessoa com deficiência “compreenda e aceite” sua limitação e adquira “comportamentos” necessários para sua integração na sociedade – muitas vezes sem abrir espaço para a particularidade do sujeito, pois trata da mesma forma e possui as mesmas expectativas de respostas em todos os casos. Tendo em vista que cada sujeito tem uma relação subjetiva própria com seu corpo, logo, reage e lida de maneira particular com o adoecimento, a psicanálise se insere na tentativa de conferir uma escuta e uma forma de abordar o paciente balizada pela ética psicanalítica que não olha o doente, mas o sujeito, o particular. Podemos apontar que o trabalho analítico mostra-se como um convite para que sujeito formule uma questão que vá além de sua patologia e isso implica em um esboço de subjetivação a respeito da enfermidade que lhe acomete. A escuta destinada a esses pacientes leva em consideração que o comprometimento do corpo se apresenta para o sujeito como uma perda de objeto e como conseqüência não é difícil constatar reações psíquicas que vão do luto à depressão. Nesse sentido, a função do psicólogo neste campo acaba tendo em seu horizonte o favorecimento do processo de elaboração das perdas, além de produzir deslocamentos sobre um possível congelamento e restrição da identidade do sujeito aos significantes “doente”, “deficiente” – indo, portanto, na contramão de uma prática normatizadora.
Palavras-chaves: Psicanálise. Reabilitação física. Instituição. Luto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário