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quarta-feira, 19 de março de 2014

Nota sobre o corpo na atualidade.

POR FLAVIA BONFIM

O corpo foi sede de pecado na Idade Média, passando por sua normatização no século XIX, com os ideais higienistas de limpeza, beleza e força, até chegar a meio de puro gozo nos dias atuais
Na contemporaneidade, o corpo tende a ser idealizado, visto a associação de discursos sobre a saúde e a estética. O corpo deve seguir os padrões de beleza estabelecidos, tornando-se, portanto, desejável. Um corpo não deve comportar as marcas do tempo, nem apontar para a doença e a morte, evitando, assim o encontro com a perda e a castração. 
A beleza deixou de ser apenas um adjetivo e tornou-se um imperativo social. Ou seja, todos devem ser belos e isso implica em seguir certos padrões estabelecidos pela sociedade. Os meios de comunicação de massa (TV, revista, outdoor) divulgam os novos padrões de beleza e a sociedade exerce pressão para que se chegue à perfeição desses modelos esteticamente padronizados. 
A beleza, com isso, tornou-se também um objeto de consumo e um imperativo sobre as mulheres, que  só tendem a produzir mal-estar sobre aquelas que não se enquadram nesses padrões pré-estabelecidos. Padrões, estes, que são inalcançáveis na medida em que somente com a ajuda de fotoshop pode ser encontrado, tal como o video abaixo denuncia. 
Já em 1930, Freud falava a respeito do conflito entre o desejo do sujeito e as normas da sociedade, apontando que daí emergia mal estar na civilização - sendo este fruto do resto, da diferença, da defasagem entre o esperado e o encontrado, entre o universal e não coletivizável. Eis, então, nosso "mal estar da civilização" que passa pelo corpo como objeto de consumo.



Assista ao video e 
descubra como se constrói um corpo perfeito!



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