POR FLAVIA BONFIM
O corpo foi sede de pecado na Idade Média, passando por sua normatização no século XIX, com os ideais higienistas de limpeza, beleza e força, até chegar a meio de puro gozo nos dias atuais.
Na contemporaneidade, o corpo
tende a ser idealizado, visto a associação de discursos sobre a saúde e a
estética. O corpo deve seguir os padrões de beleza estabelecidos, tornando-se,
portanto, desejável. Um corpo não deve comportar as marcas do tempo, nem
apontar para a doença e a morte, evitando, assim o encontro com a perda e a castração.
A beleza deixou de ser
apenas um adjetivo e tornou-se um imperativo social. Ou seja, todos devem ser
belos e isso implica em seguir certos padrões estabelecidos pela sociedade. Os
meios de comunicação de massa (TV, revista, outdoor) divulgam os novos padrões
de beleza e a sociedade exerce pressão para que se chegue à perfeição desses
modelos esteticamente padronizados.
A beleza, com isso, tornou-se também um objeto de consumo e um imperativo sobre as mulheres, que só
tendem a produzir mal-estar sobre aquelas que não se enquadram nesses padrões
pré-estabelecidos. Padrões, estes, que são inalcançáveis na medida em que somente com a ajuda de fotoshop pode ser encontrado, tal como o video abaixo denuncia.
Já em 1930, Freud falava a respeito do conflito entre o desejo do sujeito e as normas da sociedade, apontando que daí emergia mal
estar na civilização - sendo este fruto do resto, da diferença, da defasagem entre o esperado e o
encontrado, entre o universal e não
coletivizável. Eis, então, nosso "mal
estar da civilização" que passa pelo corpo como objeto de consumo.
Assista ao video e
descubra como se constrói um corpo perfeito!
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