Psicóloga / Psicanalista Flavia Bonfim - Atendimento - Cursos - Eventos - Textos
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domingo, 4 de novembro de 2018

XIII Simpósio de Psicanálise da UERJ


Objetivo

Vinte anos de luta pela explicitação da inserção da Psicanálise na UERJ não foram em vão: ora os festejamos tanto com o sucesso do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise – hoje com Mestrado e Doutorado –, quanto com a criação, neste ano de 2018, do Departamento de Psicanálise do Instituto de Psicologia da UERJ, no qual, a partir de agora, o Programa está inserido. Afirmamos nossa diferença quando da criação do Programa em cuja base esteve o Departamento de Psicanálise criado por Jacques Lacan em Vincennes, para o que ele próprio contou com o apoio político de eminências da intelectualidade francesa como Claude Lévi-Strauss e Michel Foucault. Durante os últimos vinte anos, a cada nova turma, criamos e recriamos o Programa, replicando o desejo que Freud expressou quando, em Budapeste, dizia que o ensino da psicanálise na Universidade é altamente alvissareiro, e o desejo de Lacan que, em outubro de 1978, vinte anos antes da criação do nosso Programa e hoje há quarenta, como Diretor Científico do Departamento de Psicanálise de Vincennes proclamava: “Há quatro discursos. Cada um se arvora como verdade. Somente o discurso analítico faz exceção. Do que se concluiria que seria melhor que ele dominasse mas, justamente, esse discurso exclui a dominação, dito de outro modo, ele não ensina nada. Ele nada tem de universal, por isso não é material de ensino. Como ensinar o que não se ensina? É nisso que Freud caminhou [...]”. A antipatia dos discursos, o universitário e o analítico, poderá ser superada? Lacan responde que não, que há uma antipatia estrutural entre esses dois discursos, mas que é isso justamente o que o trabalho da Psicanálise na Universidade explora, de modo que “Ao se confrontar com seu impossível, o ensino se renova, se constata”. Eis já um paradoxo que a psicanálise comporta. No momento histórico que vivemos, no Brasil, mas também no mundo, os paradoxos se multiplicam e confrontam o psicanalista com a política, ou seja, confrontam a regra fundamental da psicanálise da abstinência do psicanalista com a necessária posição ética que exige do psicanalista se posicionar num “isso não” ou “isso nunca mais”. Que outras posições a ele se demandam? Articulando política, teoria psicanalítica e clínica, as pesquisas que realizamos nos últimos vinte anos nos permitem lançar este Simpósio comemorativo, convocando colegas da comunidade acadêmica, da psicanálise e suas conexões, e trabalhadores na saúde, na educação e na justiça para nos fazerem chegar, até o dia 10 de outubro, propostas de trabalho sobre os seguintes temas:
¨ O desejo do analista é o desejo de obter a diferença pura
¨ A política da falta-a-ser, hoje
¨ Desejo do analista na pólis e na clínica
¨ Política da psicanálise e a afirmação da diferença
¨ A sexualidade é diversa
¨ O sexo entre desejo e gozo
¨ Psicologia das massas, ainda
¨ O singular e o coletivo
¨ Identidades e redes
¨ Ser e sujeito na sexuação


Coordenação
Professora Sonia Alberti e Professor Marco Antonio Coutinho Jorge


CONVIDADOS INTERNACIONAIS:
  • Professor Sidi ASKOFARÉ, Universidade de Toulouse, França;
  • Professor Alessandro BILBAO, Universidade Andrés Bello, Chile;
  • Professor Julio HOYOS, Universidade de Antioquia, Colômbia.