Quando iniciei minha pesquisa sobre a sexuação do homem na contemporaneidade, constatei a discrepante diferença de trabalhos sobre a feminilidade na psicanálise em comparação aos estudos sobre a masculinidade, sempre com a justificativa de que o "tornar-se mulher" envolve uma maior complexidade. De um modo geral, o tema da masculinidade é pouco explorado e fica reduzido a discussões sobre violência e masculinidade. Se não podemos desprezar esse debate, existe outro que também precisa ser aberto: o "tornar-se homem", pois só assim teremos uma compreensão mais ampla sobre a masculinidade.
O que é ser homem? Como se constrói a posição masculina? Virilidade é sinônimo de masculinidade? Quais os efeitos das concepções culturais de virilidade sobre as mulheres? E sobre os homens? Como se estrutura o processo de sexuação masculina? Como os homens amam e desejam?
Como pensar a sexuação do homem quando nossa época dá sinais de declínio do ideal viril e ideal do pai? Qual a relação entre a lógica fálica e o ódio ao feminino? Como os homens brasileiros se apresentam na clínica? E no laço social?
Existe espaço para pensar as particularidades históricas, sociais, culturais e econômicas de nosso país no debate sobre a masculinidade na psicanálise? Quais os atravessamentos na vida de homem branco de classe média, um homem negro da periferia e um nordestino, por exemplo, na construção de sua masculinidade? Como ir do coletivo ao singular?
Essa perguntas tem me norteado e busquei respondê-las no meu novo livro - Tornar-se homem: ressonâncias do declínio do ideal viril na sexuação.
Aguardem!! Lançamento em breve!
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