Fobia, hiperatividade, ansiedade, distúrbios de conduta, tiques, dificuldades no ambiente escolar, enurese noturna, isolamento social, irritabilidade. São muitos os sintomas psíquicos que uma criança pode apresentar, mas qual a causa deles? Para responder essa pergunta, é necessário analisar cada caso e essa análise é realizada por meio da história de vida da criança e da relação que os pais mantêm com a mesma. Se não é possível afirmar de antemão qual a causa especifica desses sintomas, é possível dizer o que eles têm em comum.
Todo sintoma psíquico é a expressão de um conflito inconsciente. Quando uma criança apresenta algum desses sintomas ou qualquer outra dificuldade de ordem psicológica, ela está emitindo um sinal, uma mensagem. É um sinal que a criança nos dá que algo não vai bem com ela e com seu ambiente familiar.
O meio familiar é que o constitui, forma e influencia a criança. Ela está fortemente ligada a seus pais. Sendo assim, qualquer perturbação no universo familiar, qualquer problema experimentado pelos pais, a criança se encontra informada, mesmo que nenhuma palavra seja dita sobre o assunto. A criança percebe as dificuldades de seus pais através de pequenos gestos, alterações de atitudes, tensões e sentimentos expressos de forma verbal e não-verbal. Ela está informada sobre isso de maneira inconsciente, ou seja, a criança muitas vezes sabe do problema sem ter consciência dele. E ao perceber inconscientemente tal dificuldade, a criança pode tomar para si o que é problemático em sua família, produzindo, assim, ela própria um sintoma.
Sendo assim, o mais importante não é classificar se a criança é hiperativa ou ansiosa, por exemplo, mas entender que seu sintoma é a indicação de um sofrimento que ela experimenta. Por isso, o tratamento psicológico se mostra tão importante nesses casos. Com ele, a criança terá um espaço de simbolização e elaboração no qual poderá dar voz à sua dificuldade por meio da fala, mas também da brincadeira e do desenho, de modo que possa encontrar novas maneiras de lidar com os problemas.
Cabe lembrar que não é possível realizar nenhum acompanhamento psicológico sem a presença dos pais ou dos responsáveis da criança. Convocá-los a falar sobre a criança, a importância que esta tem para eles e, muitas vezes, a falar sobre si, contribui para o tratamento psicoterápico desenvolvido com crianças de um modo geral. E mais: possibilita que os pais também possam, além de falar, se escutar e refletir sobre o que acontece com seu filho.
Texto publicado no Jornal Lig - Coluna vida
Autora: Flavia Bonfim
Psicóloga - Niterói/RJ
Rua Dr. Borman, 23 - sala 505 - Centro - Niterói
Tel: 8212-6662 / 2613-3947
Muito bom ,super objetivo e esclarecedor.
ResponderExcluir